domingo, 27 de fevereiro de 2011

A colonizacao no Brasil , Africa e as desigualdades sociais:

Apesar do Brasil ter sido colonia portuguesa no passado, os  europeus  que chegavam ao Brasil,  depois de meses de dificies viagens maritimas, tinham a  volta ao  seu pais de origem  como algo  impensavel na maioria dos casos.Como resultado,  nós brasileiros  somos uma mistura de descendentes europeus com  indigenas que sobreviveram a colonizacao branca e com ex escravos africanos, transformando nos  na raca brasileira, uma bonita  raca  com diferentes tonalidades de pele, cabelo e tracos.

O mesmo porem nao ocorreu na maioria das colonias europeias  da Africa, porque: 1-Os europeus sentiam se intelectualmente superiores aos africanos.2-A independencia de grande parte dos países africanos se deu depois da segunda guerra mundial, entre os anos de 1950 e 1960, e as colonias portuguesas por volta de 1975.

O resultado foi  que, a  maioria dos paises africanos  ainda conserva sua lingua nativa, passada de pais para filhos,  apesar de nao ser apreendida na escola e, a populacao africana  de forma geral,  tem uma  forte magoa em relacao  ao tratamento dado aos mesmos pelos seus  colonizadores. O  apartheid  tao noticiado na Africa do Sul, acontece  ainda em diversos paises africanos, em maior ou menor grau, e  se difere  da Africa do Sul somente porque la  haviam  leis que discriminavam  brancos e   negros, nos outros paises  africanos estas leis nao existem no papel,  só de fato.

 Este sentimento de “injustica” nos contagia ainda  mais  quando lemos na internet, atraves da “Wikipedia,” por exemplo que:

“A República Democrática do Congo  está entre um dos países com os menores valores de PIB nominal per capita, à frente apenas do Burundi. Porém, o país é considerado o mais rico do mundo em questão de recursos naturais, estima-se que no valor de 24 trilhões de dólares”.

“Angola é o segundo maior produtor de petróleo e exportador de diamantes da África Subsariana. Segundo o Fundo Monetário Internacional, mais de 4 mil milhões de dólares teriam desaparecido do fundo de tesouraria de Angola na década de 2000”.


“Líbia- Depende, basicamente, do sector petrolífero, preenchendo cerca de um quarto do Produto Interno Bruto. Contudo, há uma deficiente distribuição desses rendimentos, sendo que as classes mais baixas chegam a apresentar dificuldades na obtenção de alimentos.”.


“Guiné Equatorial- Desde o fim do século XX, com a exportação de petróleo, a renda per capita tem aumentado espetacularmente, ainda que a riqueza se concentre nas mãos de uma minoria, em sua maior parte propriedade do clã no governo ou de companhias internacionais”.


“Namíbia-É o quarto maior exportador de minerais não-combustíveis da África e o quinto maior produtor de urânio do mundo. Embora o PIB per capita da Namíbia, seja cinco vezes maior do que a média dos países mais pobres da África, a maioria do povo da Namíbia vive na pobreza, principalmente por causa da má distribuição de renda, fazendo com que a maior parte do poder econômico esteja nas mãos da minoria branca.”.


O   Brasil,  apesar de ser mais desenvolvido que os paises da Africa de maneria geral, e da bela raca brasileira citada no início, a questao de desigualdade social  se e assemelha muito  a dos paises africanos.


 Conforme   uma pequena parte do texto encontrado no  Adital-Noticias da America Latiana  e Caribe-de 10/8/2010, entitulado -Desigualdade social no Brasil- escrito por Frei Betto-Escritor e assessor de movimentos sociais:


“Relatório da ONU (Pnud), divulgado em julho, aponta o Brasil como o terceiro pior índice de desigualdade no mundo. Há, sim, melhoras em nosso país. Entre 2001 e 2008, a renda dos 10% mais pobres cresceu seis vezes mais rapidamente que a dos 10% mais ricos. A dos ricos cresceu 11,2%; a dos pobres, 72%. No entanto, há 25 anos, de acordo com dados do IPEA, este índice não muda: metade da renda total do Brasil está em mãos dos 10% mais ricos do país. E os 50% mais pobres dividem entre si apenas 10% da riqueza nacional”.


Uma mudanca drastica e mais rapida neste quadro de desigualdades sociais se faz necessaria no Brasil e  na Africa, e acho que talvez o norte da Africa esteja  descobrindo a formula. Creio que seja atraves do povo nas ruas que esta mudanca aconteca, espero  porem que com menos dor  e sangue do que esta passando a populacao da  Libia agora.


Ligia Kaysel

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Libia e os Refugiados Africanos:

As condicoes de extrema pobreza, e/ou de guerras e perseguicoes politicas em diversos países da Africa, fazem com que muitos cidadaos tentem se refugiar  em países da europa.

O fluxo de imigrantes ilegais que tentam atravessar o Mar Mediterrâneo, geralmente em condições precárias e perigosas, é um dos problemas humanitários mais urgentes a serem resolvidos entre a Europa e a Africa. 

Esta questao seria semlhante a tantas outras no planeta, se nao fosse por um acordo feito entre aUniao Europeia (UE) e a Libia.

 Conforme  artigo publicado na UOL Internacional de 19.02.2011 entitulado “Refugiados do Mediterrâneo”  -“Em 2006, a UE e a Líbia selaram um acordo, segundo o qual as embarcações de refugiados deveriam ser barradas às portas da Europa. Hoje, esse acordo já foi até ampliado e a Líbia detém supostamente 10 mil refugiados em seus acampamentos.
A Itália envia refugiados para a Líbia sem qualquer processo legal. No entanto, a participação da Líbia nessa rejeição dos refugiados não é gratuita: de vez em quando, Kadafi exige 5 bilhões da UE . Caso contrário, ameaça enviar para a Europa, pelo mar, todos os refugiados que mantêm em seu território. De fato, a Líbia já recebeu em torno de 50 bilhões de euros da UE a título de acordos sobre refugiados.”

Nos termos de  um relatorio da Anistia Internacional  publicado em 14.12.10 “Os refugiados e os requerentes de asilo vivem em um limbo legal na Líbia, independente da necessidade de proteção que apresentam. O país não é signatário da Convenção de 1951* e não tem nenhum sistema de asilo. Em novembro de 2010, o governo líbio rejeitou publicamente recomendações para que a Líbia ratificasse a Convenção de 1951 e concordasse com um memorando de entendimento com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), segundo o qual a organização poderia prestar assistência aos refugiados e requerentes de asilo na Líbia”.

Em outra parte do texto “ Tortura e outros abusos contra refugiados, requerentes de asilo e imigrantes são práticas sistemáticas na Líbia. Apesar disso, um "Acordo de Trabalho" mais amplo entre a UE e a Líbia está sendo negociado, inclusive a fim de permitir a "readimissão" à Líbia de cidadãos de "países terceiros" que entram na UE depois de transitar pelo país”. 

Diante deste hediondo dado, anseio ainda mais para  que o povo líbio  saia vencedor em sua luta para derrubar o ditador  Muammar Kaddafi do poder.

*Convenção de 1951-Relativa aos Estatuto dos refugiados.

Ligia Kaysel.                                                          

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A guerra e as criancas:


A semana passada conheci um castelo muito interessante, em  Dover-UK.

Neste castelo os fatos historicos sao contados por funcionarios, por  sons ouvidos  nos  ambientes, e  tambem através de recursos audio visuais  a lazer. Quase nao ha textos  para serem lidos, como na maioria dos museus e castelos.

Atraves destes recursos sao descritos diversas estratégias de guerra usadas pela   Inglaterra neste ponto estrategico de defesa de seu país, em   diferentes épocas, visto que Dover situa-se na divisa entre  o Reino Unido e a Franca( há 34 km. de oceano separando Dover-UK de Calais-FR).

É possivel entao visualizar e caminhar, por exemplo, por túneis subterraneos com diversos canhões  onde se bombardeava o inimigo no mar  sem ser visto; labirintos onde  vizualizava-se  os aposentos do castelo clandestinamente,  e outros criativos recursos  e  armadilhas de guerra.

Talvez por ser um castelo  onde a historia e revelada de forma muito interativa, havia muitas criancas e adolescentes entre os visistantes .

Apesar dos fatos historicos relatados passarem-se entre os seculos XI  e comeco do seculo XX(até a segunda guerra mundial), no final  ha um filme sobre:  Setembro de 2010-A guerra no Afeganistao.

A princípio achei que tinha entendido mal, visto que Setembro de 2010  foi  o ano passado, e o Afeganistao está muito  distante da Inglaterra. Ao apertar o botao para ve-lo porem, me surpreendo com 8 minutos  (em contagem regressiva)  de um filme com uma bela e atual trilha sonora, com diversas imagens dos soldados ingleses lutando no Afeganistao. Todos bonitos, bronzeados, usando possantes armamentos e estratégias . Revoltada nao assisti até o final, (assisti 6 dos 8  minutos previstos) , mas durante o tempo em que assisti,  nao vi  nenhuma morte, nem tampouco imagens  de pessoas feridas.

Espero que o fato de “mergulhar-se” por  aproximadamente  duas horas sobre o mundo das batalhas na defesa da Inglaterra, somados a 8 minutos de “emocionantes aventuras para defender o ocidente contra o terrorismo”, nao tenha influenciado nenhuma crianca ou jovem, a participar de alguma guerra, mas nao tenho muita certeza disso.

Ligia Kaysel



sábado, 5 de fevereiro de 2011

As noticias sobre o Brasil:(acentuacao deficiente)

 
Hoje li a seguinte noticia na RFI Brasil:

Garantir a felicidade na Constituição do Brasil é folclórico, diz Le Figaro RFI- A crise egípcia continua sendo o principal destaque dos jornais franceses desta quinta-feira, mas o Brasil também está estampado na primeira página do Le Figaro de hoje. O Brasil quer incluir o direito a felicidade na sua constituição escreve impressionado o  jornal conservador”(03.02.2011).

Confesso que nao gostei do tom “folclorico” que deram para noticia  sobre o Brasil, porem é possivel   entender que uma  imprensa conservadora europeia, possa descrever uma noticia sob seu ponto de vista, tendo como parametro seus proprios valores.

Ja quando a imprensa é brasileira, se espera neutralidade nos noticiarios.

A Rede Record do Brasil  é  facilmente conectada via internet gratuitamente no Reino Unido. Considerando que isto nao e comum  com nenhum  outro canal de televisao de lingua portuguesa;  brasileiros, portugueses, angolanos, mocambicanos e outras  pessoas provenientes de paises de nossa lingua, acessam a Rede Record   frequentemente  no Reino Unido.

A programacao de forma geral e variada e boa, porem os  noticiarios da Rede Record estendem-se demais em cada fato violento  ocorrido  em nosso país, sem o mesmo  enfoque para as noticias mais amenas.  

O Brasil é um pais violento,com pobreza e tragedias acontecendo a todo o momento,  mas e tambem um país com muita coisa boa para ser noticiada e, um canal de televisao com a repercurssao da Rede Record,  deveria equacionar  em  seus noticiarios  as qualidades e os problemas do povo brasileiro em igual medida.

A Rede Record, por sua popularidade aqui, deveria ter a responsabilidade de mostrar a imagem do Brasil descrita com as cores certas e reais.

Ligia Kaysel