A desigualdade social no Brasil e a quarta maior do mundo.
Segundo o censo do IBGE do ano de 2010, 53% da população brasileira se entitula negra, parda ou indigena e 63% dos brasileiros que recebem menos que um salário minimo mensal são pardos ou negros.
Nos termos do Blog de Mario Marona-Em Defesa das Cotas- de 27/08/12- " A profunda desigualdade entre brancos e negros não é culpa do Fernando Henrique nem do Lula e, a rigor, nem dos brancos que vivem no Brasil de hoje. Trata-se, sem dúvida, e imagino que todos concordam com isso, de uma injustiça histórica, praticada em 388 anos de duração da escravidão e, mesmo depois da abolição, nunca corrigida em sua totalidade.
Uma injustiça deste tamanho não será corrigida "naturalmente", a não ser por meio de ações afirmativas - estímulos, leis, imposições etc. Não se pode aguardar que uma injustiça deste tamanho, em pleno século 21, seja resolvida de maneira gradual, sem interferência direta de instâncias de poder - empresas, organizações civis, Estado, Legislativo, Judiciário".
Uma injustiça deste tamanho não será corrigida "naturalmente", a não ser por meio de ações afirmativas - estímulos, leis, imposições etc. Não se pode aguardar que uma injustiça deste tamanho, em pleno século 21, seja resolvida de maneira gradual, sem interferência direta de instâncias de poder - empresas, organizações civis, Estado, Legislativo, Judiciário".
Considerando que o impulso decisivo para a ascensão social no Brasil é o nivel de escolaridade, faz-se necessário então um massivo investimento na educação da população negra, para corrigir injustica social tão antiga.
A maioria dos negros, pardos e indigenas no Brasil porém frequentam escolas públicas, que são de forma geral de má qualidade.
As melhores universidades são públicas mas são frequentadas, na sua maior parte, por brancos que cursaram boas escolas particulares, havendo desta forma mais possibilidade dos mesmos ingressarem na dificil seleção que há nestas universidades.
O ingresso dos alunos mais empobrecidos nas universidades públicas poderia dar-se através da melhoria do ensino público básico, fazendo com que a disputa por uma vaga se desse em igualdade de condições entre alunos de escolas públicas e privadas.
Há mais de 40 anos porém que as escolas públicas brasileiras são de má qualidade, (somente foram melhores nos anos 60), há mais de 40 anos que é prometido por diversas esferas governamentais a melhora da educação pública, sem resultados positivos. Quanto tempo mais os cidadãos brasileiros pardos e negros terão que esperar?
No final de agosto deste ano porém, a presidente Dilma deu um importante passo para correção desta imensa injustica social. Ela aprovou a lei de cotas nas universidades públicas brasileiras. Nos termos desta lei todas as universidades públicas federais terão que reservar no minimo 50% de suas vagas para estudantes que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas, com distribuição de vagas entre negros, pardos e indigenas, proporcional a composição da população de cada Estado.
A secretária de Politicas Públicas de Promocão da Igualdade Racial da Presidência da República prevê que com a Lei das Cotas, ampliar-se-á de 8,7 mil para 52 mil o número de estudantes pardos e negros que ingressarão anualmente nas universidades (Página do Senado Federal na Web-10.09.12)
Com a aprovação desta lei , é provável que, num primeiro momento haja por parte da população branca que estudou nas escolas privadas, um sentimento de indignação pois, tornar-se-á muito mais dificil o ingresso dos mesmos nas universidades públicas, mas naturalmente que a referida "injustiça" é infinitamente menor do que a sofrida pelos indigenas, pardos e negros brasileiros ao longo dos ultimos 400 anos de história.
O sistema de cotas nas universidades públicas é um passo histórico para a população brasileira, brancos, pardos negros, se verem como iguais a médio prazo.
Ligia Kaysel
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