O mês passado assisti a um documentario na TV Al Jazeera (programa Witness-11.06.12) sobre os chamados “Lovers Boys”.
O programa descreve o alto índice de exploraçâo sexual na Holanda de garotas pelos seus“namorados”. São os “Lovers Boys”, jovens imigrantes de origem marroquina e\ou seus descendentes.
Estes garotos pertencem a comunidades muçulmanas e marroquinas na Holanda (há um grand numero delas lá), e os holandeses de forma geral os tratam com desprezo. São jovens que sofrem diversos tipos de preconceitos naquele país, desde a falta de oportunidades de empregos, até a proibição de suas estadias em alguns clubes e estabelecimentos comerciais.
Os “lovers boys” se envolvem amorosamente com garotas holandesas e com o tempo as obrigam a se prostituirem como forma de lucro para eles, através muitas vezes, de violência fisica e\ou psicológica (ameaças de morte).
Analizando porém mais profundamente a questão, é fácil concluir que este é um tema recorrente em todo o mundo isto é, a desigualdade por preconceitos raciais e\ou referente a classes sociais fazendo suas vitimas das mais diferentes formas. Se no Brasil ela pode se dar atraves , por exemplo, de um crime com arma de fogo (visto o grau de impunidade brasileira), na Holanda os jovens estimatizados pela sua procedência, procuram formas mais criativas de obterem lucros das classes dominantes.
O fato é que,todas as populações são ao mesmo tempo vítimas e algozes. A classe dominante tinsegura, se encarcera em condominios fechados, com mêdo de sair às ruas, desconfiando de tudo e de todos, ou são enganadas por uma paixão de sangue marroquino como na Holanda; porém sempre reprimindo estes crimes com formas cada vez mais violentas de agir (cumprimento da lei somada a violência do orgão repressor em maior ou menor grau em todo o mundo); e a classe dominada ,revoltada pelas injusticas sofridas, praticando atos ilícitos cada vez mais violentos, mas também insegura em relação a ser punida pelos seus atos, sempre fugindo dos orgãos repressores.
E claríssimo que, uma sociedade mais igualitária é a solução para estas questões, mas para isso é preciso governanates corajosos,sem o famoso “rabo preso” gerado pelas suas campanhas eleitorais ou outros “compromissos”, e muita conscientização politica por parte de toda a sociedade.
O que não está claro para o mundo ainda é que, a violência não é a solução, nem a curto nem a longo prazo, nem para opressores nem para oprimidos. Violência gera mais violência. Pessoas,opressores e oprimidos, que vivem diariamente em comunidades e cidades violentas, com o tempo tendem-se a não se abalarem mais tanto com elas, porém viver em paz é o caminho para geração da felicidade em qualquer comunidade do mundo. E os caminhos para a obtenção da paz ,com certeza não passam por qualquer meio violento de agir.
Poder andar nas ruas a noite sem medo de assaltos, viver em casa de muros baixos, sem grades nas janelas , poder confiar mais nas pessoas é um “bem” que não tem .preço. E para se conquistar este tão precioso “bem” não há outra alternativa a não ser a melhor distribuição de renda e maior igualdade social.
Ligia Kaysel