quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Um pouco da politica de Assistencia Social do Reino Unido (acentuacao deficiente)


Sempre ouvi falar que a europa é um continente de velhos, visto a baixa  taxa de natalidade .Isto pode ser verdade em grande parte do continente mas não em Londres.

 No Reino Unido  ter filhos  pode ser  um ”bom negocio”. Explico:- A politica de assistencia social daqui, referente a crianças e adolescentes  é muito bem intencionada.  Supõe-se (como eu acredito que seja mesmo, na maioria das vezes) que o ideal para uma criança, e ser cuidada por sua  genitora  portanto, para que as mesmas tenham disponibilidade para seus filhos em tempo integral, sem precisar trabalhar, nos  seus primeiros  16 anos de vida,o governo provém  subsidio suficiente para que a genitora possa ficar em casa cuidando de seus filhos .Naturalmente se a mesma conseguir provar que não possui renda suficiente, proveniente de outros meios, como do salário do genitor, companheiro, ou mesmo por  imoveis alugados de sua propriedade por exemplo.

Também é fato que não é saudável para uma criança dormir no mesmo dormitório de seus pais, nem tampouco que meninos e meninas compartilhem do  mesmo quarto. Portanto, se   a familia  possue  filhos, e não ganha um salário suficientemente bom para pagar o aluguel de uma residencia com 2  ou 3 quartos, a mesma possue o direito de pleitear do governo ajuda, ou ate mesmo a totalidade, dependendo da sua renda, no aluguel de uma residencia de 2 quartos, para familias com uma só crianca ou  com criancas do mesmo sexo, ou de 3 quartos, para familias que possuem meninos e meninas.

Acho mesmo esta politica teoricamente brilhante, porém  a  sociedade ideal não existe e, esta politica já atravessa algumas gerações, tendo  criado situações sociais caóticas como:

                    Garotas jovens que desejam residir sozinhas com independencia financeira, decidirem ter  filhos.
                          Genitores muitas vezes sentirem se desobrigados de sustentar seus filhos.
                        Familias passarem a gerar mais filhos do  que pretendiam inicialmente, devido a falsa idéia de que iráo receber mais dinheiro, sem pensar na equivalencia dos gastos.
                       Mulheres que deixaram uma vida produtiva de trabalho para criarem seus filhos,  possuirem, depois de muitos anos em casa, dificuldades  em reiniciarem-se  em uma carreira.

 Enfim, depois de algumas gerações, esta politica de beneficios para criancas e adolescentes está sendo revista, não só pelas distorções criadas, como também devido a crise financeira que  assola  o Reino Unido atualmente.

                        Mas mudar mentalidades nao é  facil, e o novo governo esta enfrentando  fortes  resistencias frente a este novo desafio.


Ligia Kaysel 



terça-feira, 11 de setembro de 2012

A lei das cotas nas Universidades Brasileiras é uma medida justa?



A desigualdade  social no Brasil e  a  quarta  maior  do mundo.
Segundo o censo do  IBGE  do ano de  2010, 53% da população brasileira  se entitula negra, parda ou indigena  e  63%  dos  brasileiros que   recebem menos que um salário minimo mensal  são  pardos ou negros.
Nos termos do Blog de Mario Marona-Em Defesa das Cotas- de 27/08/12- " A profunda desigualdade entre brancos e negros não é culpa do Fernando Henrique nem do Lula e, a rigor, nem dos brancos que vivem no Brasil de hoje. Trata-se, sem dúvida, e imagino que todos concordam com isso, de uma injustiça histórica, praticada em 388 anos de duração da escravidão e, mesmo depois da abolição, nunca corrigida em sua totalidade.

Uma injustiça deste tamanho não será corrigida "naturalmente", a não ser por meio de ações afirmativas - estímulos, leis, imposições etc. Não se pode aguardar que uma injustiça deste tamanho, em pleno século 21, seja resolvida de maneira gradual, sem interferência direta de instâncias de poder - empresas, organizações civis, Estado, Legislativo, Judiciário".
 Considerando que  o impulso  decisivo para a ascensão social no Brasil  é o nivel de escolaridade, faz-se necessário  então um massivo investimento na educação da população   negra, para corrigir injustica social tão antiga.
A maioria dos negros, pardos e indigenas  no Brasil  porém frequentam  escolas públicas, que  são de forma geral  de má qualidade.
As melhores universidades são públicas mas  são frequentadas,  na sua  maior parte, por  brancos  que  cursaram  boas  escolas particulares, havendo desta forma mais possibilidade dos mesmos  ingressarem   na dificil seleção que  há nestas   universidades.  
  
O  ingresso dos alunos mais empobrecidos nas  universidades públicas poderia  dar-se através da melhoria do ensino público básico, fazendo com que a disputa  por uma vaga   se desse  em igualdade de condições  entre alunos de escolas públicas e privadas.
Há  mais de 40 anos porém  que  as escolas públicas brasileiras são de má  qualidade, (somente  foram melhores  nos anos 60), há  mais de 40 anos que é   prometido  por diversas esferas governamentais a melhora da educação pública, sem resultados positivos. Quanto tempo mais os   cidadãos brasileiros pardos e negros   terão que esperar?
No final  de agosto deste ano   porém,   a presidente Dilma deu um importante passo para correção desta imensa injustica social. Ela aprovou a lei de cotas nas universidades públicas brasileiras. Nos termos desta lei todas as universidades públicas federais terão que reservar no minimo 50% de suas vagas para estudantes  que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas, com distribuição de vagas entre negros, pardos e  indigenas, proporcional a composição da população de cada Estado.
A secretária de Politicas  Públicas de Promocão da Igualdade Racial da Presidência da República prevê que com a Lei das Cotas, ampliar-se-á  de 8,7 mil para 52 mil o número de estudantes pardos e negros que ingressarão  anualmente nas universidades (Página do Senado Federal na Web-10.09.12)
Com a aprovação   desta lei ,  é  provável que, num primeiro momento haja  por parte da população branca que estudou nas escolas privadas, um sentimento de   indignação  pois, tornar-se-á  muito   mais  dificil o ingresso dos mesmos  nas universidades  públicas, mas naturalmente que a referida  "injustiça"  é infinitamente menor do que a sofrida pelos  indigenas, pardos e negros  brasileiros ao longo dos ultimos 400 anos de história. 
O sistema de cotas nas universidades públicas  é  um  passo histórico para a população brasileira, brancos, pardos   negros, se verem como iguais  a médio prazo.
Ligia  Kaysel