Trabalho em uma empresa onde a grande maioria dos clientes sao imigrantes de baixa renda.
No atendimento a esta populacao é possivel conhecer um pouquinho da realidade de cada um, e aprender muito com todos.
Os imigrantes de baixa renda em Londres, na maioria das vezes, sao aqueles que possuem passaporte europeu apesar de terem nascidos fora da europa (conseguido atraves da consanguiniedade), ou nascidos em paises pobres do leste europeu (Polonia, Lituania, Republica Checa e outros).
Podem ser tambem os que viveram em UK por mais de 5 anos, com visto de estudante ou de trabalho, e passaram entao a possuir cidadania britanica (depois de submeter-se a um teste de conhecimentos e tradicões britanicas, somados a custos destes procedimenos, que nos ultimos anos triplicaram de preco).
Ha ainda os que possuem visto de trabalho (visto este que depende de um empregador requere-lo, o que pode tornar o imigrante vulneravel ao seu empregador), de estudante (somente podendo trabalhar de 10 a 20 horas por semana) ou na condicao de asilados.
Mas sinto que há um sentimento muito comum em grande parte dos imigrantes, em maior ou menor grau, o sentimento de “nao pertencimento” a lugar algum.
O imigrante saiu de seu país a procura de algo melhor do que vivia. Depois de algum tempo (de meses há anos, dependendo da pessoa e de sua realidade) descobre que pode sobreviver aqui, ganhar mais dinheiro, ter mais seguranca e tranquilidade, mas nao pertencerá nunca a este país, nunca falará inglês como eles, nunca será um deles, por mais que possua um passaporte legalmente reconhecido.
Porem, crê que não se adaptará mais completamente ao seu pais de origem, apesar de ama-lo. Surge entao o sentimento de “nao pertencimento “.
É como uma rosa imersa na água: ela vive, cresce, desabrocha como todas as outras rosas, mas nao tem raizes.
Ligia Kaysel
Um comentário:
Concordo!
Postar um comentário